domingo, 11 de setembro de 2011

15 (1)- O CASAMENTO

O CASAMENTO

Anónimo Anónimo
Aquela mesma manhã tinha-se celebrado o casamento, com centos de convidados entre os que figuravam os próprios reis de trácia, os príncipes e boa parte da nobreza. Foi, realmente, o casamento do ano na capital e não poucos dos antigos colegas de Orfeu viajaram desde terras distantes para estar presentes. As jovens da Fraternidade das Dríades dançaram graciosamente em coro, deixando antes bem claro que o faziam a título particular, rodeando a Eurídice ao compasso da lira de Orfeu e dos instrumentos de uma veintena de seus amigos músicos, mais outros vinte contratados, que davam som e cor à cerimônia.

Depois de ter sido oficialmente declarados marido e mulher pelos sacerdotes de Hera, com os monarcas como padrinos e testemunhas, e após provar juntos o membrillo confitado, besarse com a boca cheia de sua dulzor e ser vitoreados por todos, que arrojaram sobre o casal um verdadeiro diluvio de pétalos de flores, anises, bênçãos e desejos de uma longa vida, cheia de felicidade, prosperidade e descendencia, começou o grande banquete no meio da alegria geral.
Aos postres, seus antigos camaradas argonautas pediram a Orfeu que lhes declamase alguns de seus famosos poemas cantados sobre as partes dramáticas de sua aventura e que mostrasse aos assistentes, uma vez mais, à maga-serpente-dragão Llilith que tinha capturado.
O bardo respondeu alegremente que com muito gosto lhes ia a declamar quatro dos melhores cantos antes de retirar do banquete com sua esposa, mas rogou que lhe dispensassem por desta vez de mostrar seu troféu, porque ainda que pela manhã tinha pensado em se trazer sua cesta ao casamento, ao final decidiu que era melhor deixar em sua casa.
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