segunda-feira, 12 de setembro de 2011

44- O CAMINHO DAS ESTRELAS

O CAMINHO DAS ESTRELAS
Capítulo aberto à Criatividade

Tema: O Caminho de Santiago pré-cristão.


ARGUMENTO INICIAL:
Dos poucos indígenas ibéricos que tinham aprendido a falar alguma língua franca, o bardo entendeu que achavam que as estrelas do céu eram as almas brilhantes de seus antepassados, quem viviam em outra dimensão, desde a que podiam lhes guiar e lhes proteger. Pela noite, as estrelas dos ancestrales moviam-se em multitudinaria procissão pelo caminho que ia para o oeste, para o Mundo-Paraíso dos Deuses. A cada um de nós se converteria em algum dia em uma estrela e também marcharia na mesma direção que o sol.
Tanto pelas conversas das muitas gentes do caminho que lhe deram posada, como através da relação entre outros caminhantes com os que chegou a compartilhar algumas jornadas, Orfeo se inteirou, surpreendido, de que aquela rota que ele percorria para o remoto Fim do Mundo se considerava um caminho sagrado desde os tempos mais antigos. E que muitas pessoas, fossem quem fossem seus deuses, vinham de todas partes do mundo ao percorrer, em concentrada atitude de peregrinos, aspirando a fazer morrer ao longo dele aquilo de si mesmos com o que não queriam conviver mais, a fim de regressar depois a seus lares fortificados, apurados de ônus do passado e se sentindo totalmente renovados.
Isto lhe fez recordar o que o bardo Jacín tinha cantado a respeito daquela rota pela que os antigos sábios tribales iam ao Extremo Occidente, com a esperança de receber conhecimentos da mítica civilização atlante.
Chamavam-na atualmente “Caminho das Estrelas” para Poente, já que via-se muito bem de noite como seguia a direção da Via Láctea (séculos mais tarde seria chamado Caminho de Lug, de Hermes, de Mercurio, ou de Jacobus, Iaco, ou Sant Iago, pois o patrón dos viajantes foi mudando de nome à medida que diferentes culturas e religiões iam dominando a Iberia).

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