terça-feira, 13 de setembro de 2011

46- O DEUS DO VINHO

 PARTE QUARTA:

A IBÉRIA INTERIOR
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Capítulo aberto à livre criatividade. Pé dos Pirineus Ocidentais e planura castelhana.    

O DEUS DO VINHO


O lugar de arranque ibérico do Caminho das Estrelas, não para os que vinham por mar como ele, senão a pé desde o interior do continente, era uma população situada à saída de um dos desfiladeros que cruzavam o Pirineo desde a Galia, telefonema Iaca. (Orfeo, que como bom tracio tinha a Dionisio como um de seus deuses favoritos, se assombrou de que no outro extremo do mundo, além de ter um grande rio que também se chamava Ebro, como seu Hebro natal, tivesse, ademais, um Caminho de Iaca, já que Iaco também fué o novo nome de Dionisio-Baco depois que teve, como o egípcio Osiris, uma morte a mãos dos titanes, a quem Hera ordenou que lhe despedaçassem, e um segundo nascimento, propiciado por Zeus no mesmo Mundo dos Mortos)
Ainda que soava como uma pura coincidência, não lhe estranharia que Iaco tivesse andado também por ali, já que Dionisio era um deus muito caminero e nómada, em toda parte estrangeiro e ao mesmo tempo muito grego, provisto de uma máscara que expressa tanto a presença como a ausência, que se foi até a Índia e a conquistou, a base de encanto e de ruidosos confrontos, se trazendo de ali a crença na reencarnación e na transmigración das almas a corpos superiores ou inferiores, segundo os méritos da vida anterior... que inventou a elaboração do vinho a partir das uvas e o trance extático e que impulsionou sempre a homens e a mulheres a não esclavizarse a regulamentos nem a preconceitos morais, a viver a vida a plena intensidade, a substituir em sua mente as penas e preocupações pela geração consciente da alegria individual e coletiva e do otimismo. E a gozar do amor sem travões, já que a vida é eterna.
Mas, ao mesmo tempo, e igual que o vinho tomado sem mesura, Dionisio tinha um aspecto destruidor, terrível, o do furor que enloquece, dirigido contra aqueles que lhe desdenhavam ou que obstaculizaban sua livre circulação, ou que não guardavam o respeito devido à Bebida Sagrada. Tracia foi o primeiro lugar onde o novo deus se apresentou com seu séquito de ménades, sátiros e silenos. Tracia foi também o primeiro lugar onde um rei, o impío Licurgo, se opôs violentamente a seu passo contagiante.
Dionisio voltou contra ele sua própria intolerância e violência, o enloqueció e fez que segara com um machado as extremidades de seu mesmo filho e herdeiro, as tomando, em sua induzida embriaguez, pelas de uma parra de vid.
Depois do assassinato de seu filho, Licurgo ficou tão impuro que voltava a terra estéril a seu arredor e todo seu reino começou a passar uma terrível fome durante um ano. Até que os tracios, por conselho do oráculo de Delfos, lhe encadearam e o levaram até o santuário oracular do próprio deus do vinho no alto do nevado monte Pangeo, onde o despedaçaram os cavalos selvagens. Sua morte proporcionou a coroa a Eagro, pai de Orfeo, e a sua linhagem.
Os mesmos fatos repetiram-se depois em outros lugares da Grécia: Argos, Tebas, Orcómeno... e Dionisio fazia enloquecer às mulheres de seus opositores, submergia-as em um estado de manía fanática e desenfrenada no que se convertiam em assassinas, às que todo mundo marginava depois.

Mas na cultivada Atenas foi outra coisa. Quando, ao princípio, os atenienses lhe quiseram impedir o passo, o deus da espontaneidad fez que todos os homens da cidade tivessem que andar durante dias por todas partes em um ridículo estado de erección que ademais resultava dolorosa, de tão tensa... até que o rei Anfictión, filho de Decaulión, se decidiu a receber com as honras que se merecia. Quando lhe escutou sem preconceitos, que era o único que Baco demandaba, ficou tão interessado, que se diz que lhe rogou que se lhe iniciasse na maneira correta de tomar vinho em conexão com Apolo e as Musas, perfeitos complementos de Dionisio, a fim de atingir a alta consciência através do prazer, em lugar de se entregar passivamente ao estado de brutal exaltación e à inconsciencia vulgar na que caíam as bacantes.
Ante Anfictión e um grupo de sábios atenienses escolhidos, Dionisio mostrou seus Mistérios para iniciados, bem diferentes das rústicas orgías populares de vinho puro que tinham escandalizado a Licurgo por seu tosquedad. O iniciador sutilizaba e transmutaba a energia do vinho através das regras que convertiam em uma alquimia o Banquete Sagrado ou Symposio:

Reunidos em um local previamente apurado e embellecido, após que se tinha comido a carne e o pão (sempre depois, porque não se apresentarão as Musas ante uma mesa da que não se tenham retirado os restos de comida), os comensales se apuravam com uma lustración.
E depois o maestro de cerimônias, o symposiarca, era eleito por todos por causa de seu talante cordial e moderador, tal como livremente se elege na guerra, por sua autoridade natural e sentido da estratégia, um chefe indiscutible. Este abria a sessão com uma invocação ao Ser Coletivo que todos conformavam, fazendo circular solenemente uma primeira copa de vinho puro entre o grupo inteiro, para que a compartilhassem em comunión, sem tomar mais que um sorbo a cada um.
O symposiarca realizava depois ritualmente a mistura de vinho e água em uma grande crátera ou grial, fazendo as oferendas devidas aos deuses com um cántico de consagración, enquanto os assistentes, comodamente relajados, sem atenção às hierarquias sociais, em ágape de amizade livre (thiasos), enfeitados com coroas de hera em um ambiente sacralizado e ornamentado com gosto, escutavam com atenção ao aedo, o vate.
O aedo invocava poeticamente os poderes da inspiração e a harmonia sobre a Bebida do Poder, já que, igual que um bom ferreiro é capaz de modelar o ferro com seu fogo, sabiamente aplicado, o vinho é capaz de modelar a alma com o seu, de tal forma que, livre de rutinas e preocupações e elevada a qualidade de sua atenção, a cada um possa receber a sabedoria oracular de Dionisio e Apolo, bem como a criatividade bela das Musas.
O discurso de abertura do aedo, que podia ser declamado ou cantado e acompanhado por música, marcava um nível de invocação à qualidade intelectual na que devia se desenvolver o resto do “symposion”, no qual não cabe a desordem nem a trivialidad (para isso está a autoridade do moderador), ainda que sim o rompimento das hierarquias e convenções imperantes no exterior, a fim de que flua a sociabilidad inteligente.
Uma vez servidas a todos as copas de vinho misturado e consagrado (Pharmakon), começava uma comunicação cordial, placentera, fraterna e distendida, ainda que propositadamente ordenada, armónica e criativa, na que a cada qual mantinha o autodominio da consciência, ainda que deixando sem timidez que sua inspiração filosófica se expressasse em uma refinada atmosfera comprensiva, intuitiva e poética, através da qual os deuses que nos habitam pudessem fazer aflorar sua verdade e seu amor à mente dos irmãos reunidos em comunidade.
O moderador dava ou tirava a palavra com amabilidad e firmeza aos que a ele se dirigiam, pondo atenção em que não se rebajase para nada o nível médio de qualidade intelectual que se pretendia conseguir, cuidando de que se estabelecesse um grato equilíbrio entre o prazer e a ordem, entre a confiança e o respeito, ao mesmo tempo em que se encarregava de seguir misturando e distribuindo as copas segundo se visse que a vibración geral demandaba mais água ou mais fogo. Tratava-se de chegar muito próximo da embriaguez sem cair nela e, para isso, se distribuíam ligeiros postres ou frutas quando o ambiente estava demasiado cálido, ou se limitava a bebida, sem possível discussão, a quem já tem chegado para além do ponto conveniente.
A sessão se amenizaba com jogos sociais e com danças e cantos de artistas contratados, mas o fundamental era que o banquete não decayera em vulgar banquete, no qual os prazeres dos centros inferiores do corpo privassem sobre os prazeres da sensibilidade e da mente.
Como todas as cerimônias sagradas, o symposion inicial acabaria com uma recopilación e conclusão das mais altas inspirações e propostas nele expressadas, uma profissão de amizade entre os assistentes, um agradecimiento às potências subtis inspiradoras e aos organizadores materiais do evento, e um fechamento sacramental.

Isto era o que ocorria com Dionisio entre as classes refinadas de Atenas e os iniciados de Eleusis, quem, usando rituales de controle semelhantes, se atreviam a ingerir sacralmente, também, outras substâncias bem mais fortes, como o Kykeon, composto com cebada, menta e um extrato do ergot ou “cornezuelo do centeno”, um hongo que também se dá em cereais silvestres e que produz um estado extático visionario, o qual, bem conduzido por uma sábia ordenación coletiva, permitia viajar pelos Olimpos ou os Infernos da mente sem perder a consciência nem a memória do sentido. Após experiências como aquela, nas que tinha sentido claramente que era uma consciência que podia separar de seu corpo, e inclusive viver sem ele, Orfeo não podia duvidar de que tanto o ser de Eurídice como seu próprio ser eram algo que ia bem mais lá da carne mortal; algo cósmico, sábio e indestructible, o qual lhe reafirmava em sua busca.
Nas montanhas de Tracia, no entanto, em Frigia, em Tebas, em Cadmea, os festivais de Dionisio se regaban com vinho puro, cerveja de hera e poderosas substâncias vegetales procedentes do monte; Apolo brilhava por sua ausência e neles se cometiam toda classe de excessos.


Orfeo conhecia muito bem, como artista, o estilo dionisíaco elementar, o viver ao dia seguindo os ditados espontáneos do coração, sem pensar na manhã, por tantos artistas praticado em todas as culturas e épocas. Que também é a filosofia dos que afirmam que o único que temos é o aqui e o agora, a filosofia do “lhe baste à cada dia seu afán” e do desfrutar a própria liberdade sem se atar a falsas necessidades criadas, nem à vaidade do ter por ter, nem ao medo à insegurança em um mundo sem segurança possível, nem de hipotecar o presente a um futuro que não se sabe se chegará.
O artista arquetípico assemelha-se à cigarra que canta à beleza do verão, sem se preocupar de acumular para o inverno, como faz a sensata hormiga, convencida a animosa cantora de que sempre acabará encontrando uma solução ou que, em último caso, mais vale viver ciclos de pouco tempo e os gozando a plena liberdade e criatividade, já que a vida é abundante, generosa e eterna... que tentar alongar desnecessariamente uma encarnación, primando a quantidade e não a intensidade do tempo vivido, a base de centrar na preocupação pela escassez e de esclavizarse à prevenção das necessidades materiais de hoje, de manhã e, por se talvez, dos próximos quarenta anos.
Durante toda sua juventude, Orfeo tinha vivido de uma maneira dionisíaca e entre gentes dionisíacas, como seus colegas argonautas, apressando ao máximo a copa da intensidade vivencial. No entanto, ao igual que Hércules, os erros cometidos, bem como os sofrimentos e cargos de consciência causados pela morte das pessoas mais amadas, lhes fizeram se propor uma verdadeira necessidade de pôr algo de cauces e limites ao desenfrenado torrente da paixão de viver, a fim de conseguir uma verdadeira estabilidade e paz interior, um pouco de acalma no próprio ritmo, que permitisse tomar as riendas da própria vida sem se deixar, simplesmente, arrastar pelo próprio temperamento e circunstâncias.
Sentia essa necessidade de autodominio, de centrar na luz das virtudes pessoais e das tendências mais positivas, para poder controlar minimamente o próprio destino e realizá-lo, tal como se fosse a busca do equilíbrio de Apolo em nosso interior, o que também, para quem tivesse participado em um symposion ateniense, poderia se chamar o estilo dionisíaco superior.
O bardo, no entanto, como grande artista que era, sabia que a expresividad só se consegue a base de contrastar em toda sua riqueza os mais intensos opostos aparentes, e não escolhendo um e castrando ao outro. Ademais era consciente de que Apolo e Dionisio, como todos os arquetipos, não são opostos senão complementares, como o solar e o lunar, como o masculino e o feminino, o racional e o intuitivo... No santuário de Delfos, ombligo e centro do mundo heleno, adorava-se como deus principal a Apolo durante os meses luminosos do ano e a Dionisio nos escuros.


Seu maestro, o nobre e sábio centauro Quirón, além de ser chefe de clã pelasgo do Cavalo dirigia a antiga fraternidad dos Filhos de Crono, uma fraternidad que tentava preservar a sabedoria e os valores essenciais da antiga Pelasgia, ao mesmo tempo em que os adaptava ao que tinha de melhor a nova cultura helénica, presidida por Zeus Olímpico.
Sua escola no monte Pelión de Tesalia, furado de grutas, tratava de cultivar a inteligência, o autodominio, a nobreza e a espiritualidad humana, equilibrando-as todo o possível com a força, a habilidade e a agilidad do potro selvagem dentro do qual habita nossa consciência. “Mente sã em corpo são” era seu lema.
O maestro do clã dos homens-centauro tinha-lhe dito em um dia a Orfeo que o homem era um deus que podia experimentar sua própria manifestação na Terra, por ele criada, a sentindo a fundo, porque para isso se tinha preocupado também de se construir um corpo efêmero e sensível aos quatro elementos que conformavam este plano, já que estava feito de terra, de sangue, de ar e de paixões.
-Tens um corpo, tens desejos, tens emoções, tens pensamentos e lembranças –dizia Quirón-, mas tu não és nem teu corpo, nem teus desejos, nem tuas emoções nem tuas lembranças... o que tu és, para valer e sempre tens sido e serás, é o puro centro de atenção consciente que percebe que tem todas essas percepciones...
Não há nada que possas fazer para converter nessa consciência divina que sempre tens sido, porque já o és -lhe confiou o centauro dantes de se marchar Orfeo do Monte Pelión-. Nenhuma das disciplinas de guerreiro que aqui estiveste aprendendo serve para acrescentar o que já és nem um ápice; luz é luz, não existe média luz... tuas disciplinas só servem para que não te esqueças, por muito tempo, no sonho do mundo, de que sempre serás exatamente esse centro de consciência atenta e acorda, ainda que tua periferia, às vezes, se durma e se tome demasiado em sério seus pesadelos...



Para quando o bardo começou a caminhar pelo Caminho das Estrelas propriamente dito, sua Canção Ocidental já estava muito desenvolvida e o laberinto sonoro esticava e alongava sua forma de oito para se voltar uma linha de intensidades ondulantes, desde a pirenaica Iaca até o coração do País dos Gal em Oestrymnis, à beira da costa oceánica.
Cento dez estrofas tinha o poema musical; a cada uma conformava uma estação do Caminho Evolutivo do Homem na Vida. O conjunto era uma obra na que se uniam seu conhecimento inicial, sua tentativa de equilibrar a Dionisio com Apolo em todo e seu amor irreductible por Eurídice, um amor que lhe empurrava incansavelmente para diante, convencido de que todo o que uma mente humana anseia conseguir, inclusive a resurrección do ser amado, pode se conseguir se se mantém firme a própria fé na possibilidade da consecución.
Imaginava como Eurídice caminhava o tempo todo, invisível mas presente, a seu lado esquerdo. Ligava-se a sua inspiração quando compunha e lhe dedicava suas conclusões depois dos ensaios; falava com ela, lhe pedia conselhos e ele mesmo se respondia. Deitava-se de noite abraçando seu mochila como se abraçasse a terna calidez de sua amada.
O seguir o Caminho do Sol a cada dia, vendo-o desaparecer pela tarde ante sim, para de novo nascer a cada amanhã a suas costas, dava força a sua convicção de que a vida é eterna e de que a extinção não é senão uma fantasía de mentes rendidas, ignorantes da divinidad essencial que reside na cada ser humano.


Os habitantes das regiões interiores do norte de Iberia por onde ia passando Orfeo em seu longo caminho sacrificavam sobre aras de pedra a um tal Cosus (que ao tracio lhe parecia um deus da guerra) chivos, cavalos e guerreiros inimigos prisioneiros quando os tinham. Faziam hecatombes da cada espécie, igual que os gregos, e misturavam com vinho ou cerveja o sangue de seus mais valentes inimigos degolados ante o altar, para apoderar de seu valor ao lha beber. A Orfeo repugnavam-lhe os sacrifícios humanos, e inclusive todos nos que corria o sangue, ainda que fossem animais. Mas não só aqueles bárbaros os praticavam, por todas partes se faziam e também em sua própria terra. Tracia criava muito duros e ferozes luchadores que eram contratados como mercenários por muitos reinos.
Ainda que tinham uma sociedade matrilocal bastante igualitaria e não existia o casal, se notava um verdadeiro predominio dos varões naquelas tribos de belicosos pastores que talvez não fazia muito tempo que deixaram o nomadismo. Realizavam muitas competições gimnásticas e hípicas, simulacros de combate equipados com rústicas armaduras pesadas, pugilato, carreira, escaramuza e combate em formação e tinham o orgulho de fazê-lo melhor quando tinha um estrangeiro como ele de espectador. Estavam muito acostumados a ir roubar-lhe seus alimentos às tribos próximas quando se lhes acabavam e o que era delincuencia entre os seus se convertia em honra quando o prejudicado era o inimigo ancestral, isto é, o vizinho mais próximo. Quanto piores eram suas terras, mais dedicavam-se à guerra, bem por sua conta, bem a salário de outros. E não era nada raro que suas mulheres tomassem as armas e lutassem junto aos homens.
Os condenados a morte pela assembléia tribal eram despeñados e aos parricidas os lapidaban fora de seus povoados, para não se contaminar com sangue tão sujo e perversa.
Quando dois guerreiros se inimizavam e se brigavam com armas cerca do inimigo, o caudillo eleito mandava os atar juntos pelas pernas e os enterrar até a cintura, um em frente ao outro, em um lugar deserto baixo o sol, os abandonando após deixar um pau ao alcance da cada um. Ao cabo de dois ou três dias, ou um tinha matado ao outro, ou se tinham matado os dois, ou se tinham reconciliado e ajudado mutuamente a desenterrarse e libertar das ataduras.
Os doentes, igual que como dizem que se fazia antigamente entre os egípcios ou os babilonios, eram expostos à entrada dos caminhos para que quem passassem lhes aconselhassem remédios para sua doença.
Em vez de moeda, serviam-se do trueque de mercadorias, ou cortavam uma lasca de prata e entregavam-na. Orfeo tinha ido esgotando suas reservas e com freqüência cantava e tocava nas praças dos povoados, conseguindo, da cada vez, que se formasse um grande corro a seu arredor e que alguém lhe convidasse a compartilhar sua casa e sua comida. Raramente tinha que pagar por estes serviços e assim foi acumulando em uma carteira de couro as propinas em lascas de prata que quem mais admiravam sua música jogavam na funda de sua lira, colocada a seus pés.

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