domingo, 11 de setembro de 2011

7- O BOSQUE DAS NINFAS

O BOSQUE DAS NINFAS

Anónimo Anónimo
 
                O Bosque das Ninfas era a mais bela selva que havia entre os escarpados canyons dos rios que cruzavam os Montes Rhodope. As Ninfas Dríades e Hamadríades eram figuras mitológicas das mais primitivas e animistas crenças dos ancestros arios, que representavam aos devas, gênios, duendes ou espíritos elementares da natureza, encarregados do desenvolvimento evolutivo das árvores. Dríade é uma palavra que, como Druida, vem de Dru, que significa Roble, o rei das árvores, para os primitivos europeus.
Com o tempo, acabou declarando-se sagrado aquele bosque, já que era berço de até sete nacientes que brotavam de um rio subterrâneo. Como Trácia era ainda um matriarcado, pois os novos deuses olímpicos mal começaram a infiltrarse mais tarde, por influência grega e por conveniencia política da dinastía real imperante, se levantou dentro de uma de suas grutas um pequeno Templo à Grande Mãe com um rústico tímpano de duas colunas, de cujo interior brotava a mais sã e curativa das fontes em três chorros e se fundou nele uma Fraternidad das Dríades, dirigida por um Conselho de Sacerdotisas, para que se ocupassem da preservação e cuidado da selva sagrada e da rica fauna e flora autóctona do maciço do Rhodope, dos mananciais e cascatas, de sua fertilidad e de sua beleza natural, centro equilibrador da malha etérica central do reino e deleite do espírito das futuras gerações.
Quando Orfeu se enroló na expedição dos Argonautas, da que não se sabia se ia voltar, Eurídice, que era filha de uma Alta Sacerdotisa-ninfa e, por tanto, iniciada como membro da Fraternidad desde seu nascimento, se integrou cada vez  mais nela, como uma forma de se manter ocupada e de consolar de sua nostalgia.
Seu compromisso pessoal supunha responsabilizar do cuidado, limpeza e manutenção de uma extensa área do bosque de tenhas, onde tinha uma bela cascata que se derramava em cabellera desde bastante altura e muitas árvores que tinham mais de mil anos de idade e que eram verdadeiras testemunhas viventes de toda a história do país. Realizava esse trabalho em companhia de sete de suas colegas, que viviam em comunidade em uma casa camponesa próxima ao templo.
Durante várias gerações, a Fraternidade tinha convertido uma área natural em um parque maravilhoso, dividindo artificialmente os ribeiros em múltiplos canais, com os que se formaram muitas cascatas, estanques e lagoas onde se criavam, se selecionavam e se melhoravam trutas e salmones para os rios de trácia. O espírito das Dríades consistia em fazê-lo tudo de tal maneira que seguisse parecendo uma obra espontánea da natureza. Tratava-se de conseguir que os seres humanos interactuasen com os gênios do bosque na maior harmonia, dando atenção reverente e colaborando com a Hierarquia Dévica criadora de formas no mundo vegetal, evolução paralela à humana na dimensão subtil, exemplo impecável de pureza, doação e entrega, a fim de construir juntos pequenos paraísos sobre a terra à medida de ambos reinos, o que se considerava a mais sagrada das obras de arte.
-Entra-se no mundo dos Devas-explicava a mãe de Eurídice- concentrando-se em um estado interior de amor pela natureza até sentir que ele vem de volta. Os Devas náo se preocupam pelo que tu digas e quase nem pelo que tu faças, mas eles, igual que os animais, captam muito bem o que tu es e, se tu es amor, te respondem da mesma forma.

            
Havia uma parte do parque que era pública e outra, a mais próxima às fontes, só accesible para as fráteres, quem viviam seu trabalho como uma perfeita escola de desenvolvimento evolutivo, através do serviço abnegado, a fusão espiritual com as energias mais puras da Natureza, (que era o mesmo que fundir com o aspecto externo da Grande Mãe), o cultivo da harmonia comunitária, o mejoramiento contínuo das novas linhagens de sacerdotisas desde o berço, e a concentração na identificação com a Alma e a própria Mónada (que eram o reflito interno e cósmico da Deusa), para chegar a se converter em dignos canais Seus e da Hierarquia de Espíritos Ayudadores, bem como limpas e vazias transmissoras de Suas dádivas e seu poder de cura para o resto do mundo.

                Aquela dedicação aos recursos naturais da região incluía preservar a pureza das águas, cuidar as árvores, manter impecavelmente limpos os caminhos florestais que conduziam a espaços de grande beleza natural, embellecerlos mais, semeando espécies diversas de plantas floridas por toda parte , regar durante a estação seca, melhorar os arquetipos das sementes e mudas autóctonas, aclimatar espécies foráneas compatibles, pesquisar remédios contra as plagas e doenças dos vegetales,…bem como realizar diversos tratamentos curativos com cataplasmas vegetais , infusiones e hidroterapia nos ciclos astrológicamente propícios. Todos aquellostrabajos se ofertaban com a mesma devocião que as orações e mantras e não eram mau compensados, já que os camponeses circundantes lhes colaboravam e as mantinham com seus diezmos e oferendas aos espíritos da Flora e as Águas.
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Cada ano, ademais, nas épocas de semeadura ou de plantío, labores agrícolas duras que requeriam do esforço físico de centenas de voluntários varões, normalmente dedicados a outras atividades, se celebravam festivais orgiásticos ao final do trabalho, nos que as Dríades em idade reproductora escolhiam casais entre as hermandades de homens-cabra, homens-centauros, homens-abeja, homens-touro, lobo, leão e outros tótems animais diferenciadores da cada clã da tribo, para copular sacralmente com eles sobre os Sulcos dos semeados ou os buracos dos plantíos abertos pelos varões, a fim de propiciar a fertilidad geral do país.
Isto era uma gozosa e conveniente prática cooperativa que vinha funcionando bem na cultura caucasiana pré-pelasga desde fazia milênios, algo que tinha começado em eras mais antigas, entre os Turanianos, como uma necessidade e que se foi convertendo em venerável rito religioso usufruído e aceitado também pelos invasores Arios, quando conquistaram o país, ainda que os mais puritanos repudiaban aqueles costumes que reputaban de ultrapassadas.
             
Terminada a sementeira de campos e corpos, os colaboradores masculinos retiravam-se sem sonhar, sequer, em seguir mantendo relações com as mulheres consagradas e o Bosque continuava sendo um espaço exclusivamente feminino. Os bebês nascidos daquele ritual eram considerados filhos da Grande Deusa, As meninas seriam educadas como Suas futuras sacerdotisas e os meninos sacrificados a Ela antes de cumprir em um ano, degolados e despedaçados, como o tinha sido o deus Dioniísio Zagreo, de maneira que seus pedaços pudessem abonar os diferentes campos de labor e proporcionar umas boas colheitas ao país inteiro. Eram o símbolo do necessário e heróico sacrifício do homem pela comunidade, já que, à medida que a população tinha crescido, a caça veio a menos e suas horas de trabalho tiveram-se que triplicar para guardar, atender e defender o ganhado e o território, ou para realizar os labores agrícolas que maior esforço físico requeriam.
Engendrado um máximo de três descendentes féminas, a cada sacerdotisa renunciava solenemente, mediante sagrado voto de castidade, a seguir tendo relações sexuais (que se consideravam animais, ainda que ainda necessárias para prolongar a raça), e se concentravam exclusivamente no cultivo e a elevação do próprio interior e o de suas filhas.


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